quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Adeus Fidel!
Na nossa sociedade de hoje, não há mais lugar pra sonhos de cunho socialista. Não adianta porque não há. Sempre achei essa coisa linda, vamos todos dar as mãos e viver com dignidade. O problema é que, poesia, na prática não dá.
A nossa vontade de se libertar desse sistema ou não existe ou é utópica- e vã. O socialismo ficou pra trás, e agora o representante mítico disso tudo, também. Quer dizer, ele não morreu; e talvez até nunca morra. Mas duvido que Cuba continue a mesma.
Aquele irmão, Raúl, não passa a mesma sensação de segurança. Não parece ter punho firme, as costas eretas, a cara séria. Nem bigode. Ele parece mais risonho, mais humano. Não tem todo aquele misticismo necessário pra guiar um país como Cuba, ele não é Fidel.
As pessoas insistem em dizer que Cuba agora já era, neném. Eu acredito nisso, sim. E no fundo, todo o mundo sabia que isso aconteceria, uns com uma ansiedade louca, outros pensando com tristeza.
Desses dois grupos, não sei ao qual me enquadro. Eu queria ver o fim dessa história e ao mesmo tempo não queria. Já não concordo com o socialismo e tampouco em ditadura. E não venha com essa história pra cima de mim, de que a gente vive numa ditadura. Tô cansada desse discursinho. Nós temos sim pequenas ditaduras, todas as sociedades as têm. O importante é mantê-las pequenas.
Hoje, a vanguarda é esquerdista. Os socialistas morreram ou estão-se acabando aos poucos. Como nosso sonhos, nossos malditos sonhos. Não é, Niemeyer?
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