Malthus provavelmente se está revirando no túmulo, sorrindo; os olhos putrefeitos voltados pra China, de onde o caos, friamente calculado como bom pra humanidade, emerge de placas tectônicas profundas.
Os jornais vomitam informações, as quais não preciso informar aqui, acredito. É sabido que os terremotos andam gerando uma grande baixa na população mundial. Naturalmente, a sociedade, chocada, se preocupa com o fim dos que lá vivem (ou morrem), com razão, embora essa realidade esteja tão longe de nós aqui e essas notícias logo serão descartadas.
No entanto, me parece estranho que as pessoas realmente se espantem com os números de mortos divulgados pelo governo chinês (mais de 60 mil, de acordo com as últimas informações que eu consegui segurar), uma vez que o país é considerado como o com a maior população do mundo e qualquer coisa que acontecesse acabaria matando muita gente mesmo.
Além do mais, as alterações do meio ambiente como conseqüência da superexploração do planeta já se tornaram lugar-comum; abandonaram a ficção científica com direção certeira e atroz. O fim dessa história é bastante conhecido, na verdade bem mais do que deveria ser.
Eu sei que parece insensibilidade falar das coisas assim, mas os fatos tão aí pra quem quer enxergar, e receio que Malthus encontrou um consolo a que se agarrar: o bem maior.