Não tenho exatamente a certeza de que parece o contrário, mas eu me esforço bastante pra entender um bocado de política – mesmo que no final das contas eu acabe não entendendo nada. Embora não tenha votado nunca, e também não tenha sentido a necessidade de pesquisar sobre a vida de nenhum candidato e nem o que ele fez nalgum outro mandato, tenham sido coisas boas ou ruins, eu me sinto no direito de criticar e discutir com os amigos sobre qualquer tema que surja. É bom ressaltar que acabo sempre perdendo a discussão, caso haja alguma. Ora, ninguém é perfeito.
Óbvio que tenho algumas convicções que, inclusive, outros poderiam explicar melhor. Desgosto menos das coisas do que gosto; agrido mais do que defendo. E, no geral, isso serve como filosofia de vida. Uma coisa meio Diogo Mainardi; reclamar mesmo que não tenha motivo. E algumas vezes até tem, aí ganho alguma credibilidade. Ou não, vai saber.
O fato é que esse ano chegou a minha vez: sou obrigada a votar. O-B-R-I-G-A-D-A. E eu detesto fazer as coisas por obrigação. Faço de má vontade, na maioria das vezes. E acredito que a maior parte da população faça exatamente a mesma coisa, ou porque não vê sentido nisso – votar – ou simplesmente porque acha que, como já ta tudo cagado mesmo, não vai fazer diferença votar em qualquer político que pague pra isso. E político que paga é o que mais tem por aí.
Mas o que mais me irrita, além de tudo, é ser obrigada a escutar aquelas musiquinhas, que desfilam pelas ruas da cidade em carros que andam em velocidade de vovô: vinte quilômetros por hora. São sempre músicas que grudam na cabeça de uma forma tal, que nos fazem sonhar com o diabo da coisa. Que entram em ondas sonoras malcriadas pelas nossas janelas e portas, invadindo nossas casas e nossas cabeças pelo resto do dia. E se estendem durante todos os dias da semana, dos meses, até que finalmente, param. Embora só parem declaradamente ao público, porque durante muito tempo aquilo ainda ecoa na sua cabeça, numa freqüência menor, e cada vez mais baixo.
Pelo menos elas servem pra me auxiliar na hora de votar e, mesmo agora, já sei o critério que eu vou usar pra escolher alguém: aquele que menos me encher o saco, leva.
5 comentários:
Aposto que se meu avô dirigisse, seria em altíssima velocidade.
Eu achando que era um post fazendo alusão à banda...
É esperar demais de você que esteja escutando Radiohead ou qualquer outra coisa boa, eu sei, mas ainda tenho esperanças.
E eu queria ganhar dinheiro fazendo essas musiquinhas, aposto que ia bombar... Vou ver se arranjo alguém que queira meus serviços.
Guilherme: vá se foder!
Eu me amarro em Radiohead. Mas prefiro samba! ;D
Tharyne, sei bem como é esse negócio de não gostar de política.
Façamos um trato então: seja desgostosa com os políticos. Não com a política, porque esta ela está em tudo.
Por exemplo, articular-se como mais três amigos, mostrando as desvantagens de determinada coisa, convencendo-os a participar ou enganjarem-se em uma causa é política. E essa causa pode ser bem furar o pneu do carro de somn do vereador que você não agüenta mais ouvir o nome.
E assim, o pensamento que teve de que, vai ser tudo a mesma coisa mesmo é que faz com que o país não mude. É foda, mas é verdade. Já pensou quantos milhões pensam igual a ti? E já pensou se o voto não fosse obrigatório? Como as maiorias representariam as minorias? As regiões desiguais continuariam desiguais.
Então, mulher, faz uma forcinha, consulta, faz tudo direitinho, porque aí, na hora de reclamar, você o faz com gosto, tendo conhecimento de causa e, o melhor, de consciência limpa, coisa que o idiota do Mainardi não tem.
Beijocas!
Poxa, Thayrine... Diogo Mainardi, não! Hahahaha... Olá! Não falei que iria aparecer por aqui? Como estão as coisas? Estou estudando pra caramba. Beijos, até. Antonio João.
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